quinta-feira, 2 de maio de 2013

Foi o meu dia!

Hoje no meu país é feriado: o dia 1º de maio, como em muitos outros lugares, é o dia do trabalhador.

E hoje o dia foi completamente diferente aos últimos. Fiz o que fiz a minha vida toda: não parei um minuto. Agora começo a entender o porquê. O tema é delicado: sempre gostei de trabalhar, talvez, até, além da conta. Certamente é do que mais sinto falta, cada vez mais. Afinal, não parar é a melhor forma de não pensar no assunto, não encarar a realidade, não sofrer de novo. Paliativo, claro, mas eficaz.

A última vez que falei com minha mãe, chorei. ...como quando era criança. Perguntei a ela: 'porque eu chorava quando você me mandava dormir'. Ela sorriu enquanto o olhar foi lá ver a cena que se repetia há cerca de 20 anos, voltou o olhar para mim, mas como se continuasse me vendo pequena: "porque querías seguir trabajando".

Mas hoje fiquei feliz com o dia atípico. Levantei só porque tocaram o interfone, minha amiga atendeu e, pelo nome, levei um susto, lavei o rosto às pressas e fui atender, estranhando a visita sem aviso prévio. A visita, apesar do nome anunciado, era para o vizinho. Ironía do destino, não por coincidência, o rapaz tocou errado. Pode parecer absurdo, mas às vezes tenho a impressão que o universo faz de um tudo para conseguir me acordar!

Deu certo. E quero muito continuar nessa direção! - ou seja, daqui para melhor!

Até consegui sair, dançar, me animar e responder todos os "porque você sumiu?" - sem entrar em muitos detalhes - apesar de minha desculpa (o atraso na entrega da dissertação), só ter explicação plausível pelos efeitos da última medicação, talvez somados a uma real e absoluta queda de ânimo e interesse.

A entrada de maio, no entanto, me anima: sinto que finalmente estou próxima de sair do meu buraco - que parece que a cada dia mais me puxa, me quer e me prende. Eu entendo. Também não ia querer que eu fosse embora (o problema de melhorar é que vou ao outro extremo como é fácil constatar), mas, não adianta, porque me prender, só vai aumentar a minha vontade de me libertar - e é só tudo o que eu preciso: ser capaz de acessar novamente a minha força de vontade - que definitivamente não sei aonde foi parar!

Mas tudo bem, estamos indo. Tudo a seu tempo, fazer o quê? Hoje passo para 3 comprimidos da nova medicação, e até agora, felizmente, estamos indo bem. O excesso de sono, ainda é grande, provavelmente porque ainda tenha fluoxetina no sangue, mas logo chegarei a minha meta: metade da média que dormi no último mês.

Confesso que quase desisti dos medicamentos, mas estava tão fragilizada que não tive forças nem para manter minha suposta decisão - sabe quando você fecha a porta, mas não bate? Fiquei olhando pela fresta, (afinal, é uma relação de mais de um ano), e foi por ela que ele me passou a receita para o novo medicamento, indicado para uma tal "depressão refratária". A filha da mãe ganhou sobrenome, e não é fraco não. Mas deixa estar, estou bastante inclinada a acreditar que achamos o remédio certo, e, a hora que eu puder mergulhar de volta ao meu mar de sonhos, projetos e trabalhos, ninguém me segura: refratária serei eu!

2 comentários:

  1. Ela ganhou sobrenome, hahahahahahaha... Sim, é vero, vira quase um ser pra gente, com nome, sobrenome, cara, etc...

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  2. rsrsrs... mas foi bom, viu? agora a gente já sabe que ela é tão insubordinada quanto eu, e que precisa de algo mais... específico, digamos assim. ;)

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