domingo, 18 de dezembro de 2016

Parece simples, mas...

Concluí que o fato da minha depressão ser física, não significa que seja menos grave ou real. Sinto os mesmos sintomas, em alguns momentos, parece que agravados.

Se alimentar direito, pegar leve, dormir melhor. Parece simples, mas... quando não se tem combustivel para chegar no posto de gasolina, como faz?

...

Há momentos em que sinto que de verdade vou enlouquecer. A linha tenue está a um pequenino passo, um palmo, um salto. Minha cabeça vira um turbilhão, doi, apita e grita em meio a mais pura confusão.

Pode ser que a diferença esteja no fato de que quando tratei da depressão há 4 ou 5 anos, fiquei de licença, afastada, em casa, já agora não, continuo trabalhando e continuo tendo outros compromissos, muitos inclusive tenho deixado de lado, mas ainda não sem sentir nada de culpa.

Ao menos, em meio a essa confusão, assim como na caixa de Pandora, há uma esperança, não é fácil, mas uma hora consigo encontrar algo que me ajude a acalmar o coração e, ademais, criar energia etéria suficiente para ser capaz de levantar e ir cuidar da matéria.

Com o físico equilibrado, a mente desacelera e a angústia diminui. No meu caso, por conta da anemia, é fudamental. No entanto, há dias em que essa simples atitude se transforma em um desafio enorme, gigante, que não cabe aqui dentro, ultrapassa o telhado e quase vê do outro lado!

Contudo, aprendi com meu pai que nenhum desafio é maior que minha vontade de vencê-lo.

E cá estou, também no desafio de me perdoar por continuar comentendo erros autosabotadores, mas já reagindo quando pisam no meu calo. E sigamos, que amanhã será melhor!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O veredicto

Bom, a verdade é que depois de um primeiro semestre desgastante e que me abalou a auto-estima profissional (essencial pra me sentir alguém), os 10 dias de férias foram completamente insuficientes para descansar e me revigorar, busquei mais que tudo me auto-avaliar e planejar. ...porém, faltou ter em conta o meu estado físico, psíquico e emocional.

Mas tocamos o barco, outros desafios vieram, algumas coisas que eram pra lá de previsíveis aconteceram (no profissional e pessoal), as frustrações foram se acumulando e junto com elas o esgotamento físico.

E em algum momento não fui mais capaz de segurar, segui derradeira abaixo... O que não imaginava, no entanto, é que minha depressão era física, biológica. Sim, nesses 30 dias que me propus reagir não arredei pé até conseguir um pedido de check-up, e descobri que estou doente, mas (se a médica não descobrir mais nada) não é nada grave.

Efetivamente, nunca me senti tão mal, tanto sem capacidade física, quanto, principalmente, mental. Esgotada. Quase que constantemente. Mas a notícia boa é que se conseguir me alimentar direito e tomar os suplementos, logo devo melhorar minha disposição e com isso colocar pra correr minha depressão.

Não significa que o emocional não esteja abalado, claro. Até o dia 08 ainda estava muito sensível, me sentindo destruída, mas aos poucos fui sentindo como se houvesse uma força tarefa espiritual - me senti cuidada, amada, especial - apesar de vários compromissos, no dia 10 estava bem.

Ainda vão mais uns 30 dias pelo menos pra poder me fortalecer e ter condições de vencer de fato a depressão. Mas não voltar pro antidepressivo já é uma grande esperança e alívio!

Estou sim cansada, muito cansada, mas sou muito especial, não vou desistir de mim! ;)


sábado, 10 de dezembro de 2016

Tem que acontecer

Uma música especial, especialmente pra mim:



Não fui eu nem Deus não foi você nem foi ninguém
Tudo o que se ganha nessa vida é pra perder
Tem que acontecer
Tem que ser assim
Nada permanece inalterado até o fim
Se ninguém tem culpa não se tem condenação
Se o que ficou do grande amor é solidão
Se um vai perder outro vai ganhar
É assim que eu vejo a vida e ninguém vai mudar

Eu daria tudo
Pra não ver você cansada
Pra não ver você calada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Eu sou um compositor popular

Eu daria tudo
Pra não ver você zangada
Pra não ver você cansada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Sou só um compositor popular

Sérgio Sampaio

o dia chegou

Vou vivê-lo, depois conto como foi e a que conclusões chegamos! ;)

domingo, 4 de dezembro de 2016

30 dias para vencer a depressão

Quando consegui assumir que tinha entrado em quadro depressivo, me propus 30 dias pra sair dele ou voltar pro antidepressivo (que parei há mais de um ano e o tenho como vitória).

De lá para cá, tenho procurado ser mais gentil e compreensiva comigo, me cobrando menos e acolhendo mais. Procuro descansar sempre que possível e busquei resolver questões que estavam me fazendo muito mal.

No entanto, como o trabalho ainda estava puxado, dei uma boa desandada com a alimentação, o que só agravou o quadro.

Ontem a tarde já estava morrendo de sono, mas apesar da vontade gigante de dormir, decidi resistir e ir tentar falar com a médica. Esperei até as 23h, foi cansativo, mas muito importante, pois os resultados dos exames saíram e acusaram uma anemia bastante acentuada, o que explica o esgotamento físico. Saí de lá com receita e só isso já foi uma vitória.

Dois dias menos puxados também já resultam em outro estado de espírito. Estou decidida a vencer a depressão, por mais que agora só tenha 7 dias. Estou certa de que é possível.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Dessa dor

Os dias tem sido intensos e o esgotamento físico sempre maior, por isso não tenho escrito. Mas, quero mesmo não voltar a passar por este processo, e como gosto de acreditar que compartilhar possa ajudar a outras pessoas, hoje falo dela: a dor.

Ela é algo verdadeiramente difícil de explicar, especialmente porque queremos encontrar uma causa para ela. Pode até haver, mas não ser fácil de encontrar, pode ser algo de hoje, de meses ou anos atrás. Fato é que ela existe e precisa ser respeitada.

(eu disse respeitada, não cultuada, sim? - e tratada, verdadeiramente tratada).


Duas coisas, eu diria, por hora:

1. Há dias em que ela parece física, é como se houvesse dentro do coração um machucado de não mais que meio centímetro, mas que de repente começa a latejar e essa dor parece irradiar, aumentando seu campo em umas 5x, ou seja, aqui dentro, toma cerca de 2 cm - se não é mais da metade, é quase.

Noutros dias, apesar do meu coração ser grande (supostamente, fisicamente não faço idéia), fica miudinho, miudinho.


2. Ela não tem parametros, não finda. Se parece que tem, como acima, é mais administrável, porque está aqui. Quando não, sinto mesmo que não tem fim. E quando a intensidade se encontra com o infinito, a morte só pode ser sinônimo de alívio.

É como um sonho, porque ilusão ou não, acreditamos de que após a morte não haverá mais dor. E poderemos por fim descansar, enfim, sem ela, em paz.