sábado, 19 de novembro de 2016

Um dia bom!

Hoje foi um dia especial! Simples e fundamentalmente bom - não só porque ontem foi pesado demais, mas porque decidi pegar absolutamente leve comigo, ou seja: acordar e levantar a hora que quisesse e só então decidir o que fazer, portanto, sem planejamento para seguir - e sem cobranças!!

É realmente impressionante como foi bom, como fiquei bem! Recomendo muito!
Até senti vontade de arrumar algumas coisas, assim como, doei algumas e ganhei outras... :)

Ah, a outra coisa que certamente ajudou foi finalmente ter entendido que para amar, preciso me amar mais - ou vou sofrer demais!

Foi importante e libertador conseguir reconhecer que não tinha condições de cuidar ou doar qualquer gota de energia e portanto recusar algo que mesmo sabendo que me faria bem, também poderia me deixar mais esgotada. Consegui me amar primeiro, e estou de parabéns! rsrs...

Pode parecer algo óbvio, mas somente nessa situação extrema foi que consegui realmente entender o que tanto escuto me recomendarem: me amar mais, me ajudar antes de querer ajudar os demais.

Na verdade, na teoria é óbvio, mas perder o hábito de me preocupar com o outro primeiro é um desafio enorme, a diferença é que com o modelo e compreensão prática, pode ser que deixe de ser ou parecer tanto quanto foi até ontem.

Retomar contato com pessoas que gosto também foi muito bom. Tudo tem seus dois lados e, o que inicialmente doeu porque parecia não ter a quem recorrer (devido a necessidade de acompanhamento para os exames), depois teve o efeito oposto, pois consegui perceber que conheço muita gente linda que se pudesse estaria lá do meu lado.

Ontem me senti mais amada e hoje me amei e respeitei mais. E foi um grande passo neste processo!
Sou grata!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Bateria de Exames

Mais um dia com motivos pra comemorar, mas de novo tudo que quero é encontrar minha cama! E justo hoje que é dia de sair pra dançar... bom, ao menos tenho motivo pra não ter energia. Fiz a besteira de marcar uma bateria de exames para hoje, dia em que tinha compromisso de trabalho inadiáveis. O que aconteceu? Foi toda a energia e toda a reserva, sobrou nada!

Como alertei a médica de que a depressão estava voltando, me pediu tudo e um pouco mais. Por conta do cansaço e esgotamento físico fui obrigada a fazer uma "curva glicêmica" e ficar mais de 15 horas sem comer! E sem ter dormido direito... eles [cansaço e esgotamento] agora parecem estar elevados a décima potência! Certeza que amanhã vou achar que estou bem, comparado a hoje... rs

Foi bem mais pesado do que parecia na teoria, mas também porque não me preveni de marcar para um dia menos conturbado e porque até a última hora não ter certo quem poderia me acompanhar me desgastou um tanto. Logo... fica a dica: marcar exames para um dia tranquilo, sem risco de ficar ainda pior de bobeira! ;)

Dia primeiro ficam prontos os exames, mas confesso que espero mais o dia 10! Porque será? rs... Sonhando em voltar pro antidepressivo porque sinto como se minha cabeça por dentro fosse um aglomerado de cacos de vidro, sabe? Talvez o rivotril volte a usar, porque preciso demais relaxar - já tomei remédio para a enxaqueca, aliviou, mas não resolveu - e ao menos hoje não quero dormir com dor. É isso.

E amanhã será melhor! - porque vou aprender a ser mais amigável comigo!
...ao menos de bom humor estou. :)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

E fico quase feliz

No dia 10 de novembro tive uma surpresa boa, ganhar um simples almoço geralmente é algo que me deixa feliz, alegre e contente - adoro ser presenteada, são dádivas! Pense então numa situação em que ter que cozinhar a própria comida é o maior desafio que você não queria ter e, então, como num passe de mágica, você ganha 10 refeições em um dos poucos restaurantes em que pode comer. Eu ficaria radiante no mínimo a tarde toda, mas os sentimentos que estou sendo capaz de encontrar são: satisfação, gratidão e emoção.

No dia seguinte recebi uma notícia sobre algo que desejava há anos, que vinha desde o final do ano passado me movimentando para conseguir e finalmente está feito, autoriado e deviamente assinado! Aí sim, eu quase fiquei feliz! Contei para minha amiga dizendo que estava muito feliz, mas senti que não era verdade. Fiquei contente e aliviada.

Dado estes dois fatos, não há o que argumentar. É uma quase felicidade - porque ela voltou e nada me deixa verdadeiramente feliz, não porque não me alegre ou não ache bom, mas porque não atinjo algo que antes com muita facilidade acessava e me tomava.

Mas está aí uma boa forma de identificar se há depressão ou não. Ficar triste é normal e até importante, tem sua função. Ficar apático não. E sim, reconhecer e aceitar é o primeiro passo para poder enfrentar e mudar.

E quanto mais se protela, mais difícil fica se tratar, o que não significa necessáriamente começar a tomar antidepressivo, mas ao menos criar um plano com um conjunto de atitudes que podem ajudar a sair dela. Eu me propus 30 dias para vencer esse hound, se dia 10 de dezembro ainda não estiver bem, volto para o anti-depressivo também. Mas sempre há o que se possa fazer a mais, o que nem sempre se encontra é força para tanto, por isso às vezes há necessidade do medicamento sim, mas como empurrão, não como solução.

Ontem quando peguei o tal papel a senhora que me entregou disse: "muita gente tenta e não consegue, se você conseguiu é porque é forte". Quis introgetar em mim aquelas palavras, que no momento parecem tão distantes. Devia querer sair pra comemorar, mas tudo que realmente queria era vir pra casa dormir - precisava, e foi o que fiz!

Sim, é realmente patológico, mas tem cura! - e vou reverter esse quadro.


Como flor

Na semana passada o vendaval derrubou minha jardineirinha, acordei e minhas flores estavam no chão. Algumas bem machucadas, outras nem tanto, o botão de rosa sobreviveu e dali dois dias abriu.

Lembrei de uma conversa com um cabloco que me falava sobre a importancia de saber admirar a flor mesmo depois do vendaval.

Na verdade, me senti como elas. Com frequência penso que será tudo lindo e "tomo um tombo", quebro a cara, me decepciono. E é essa coleção de frustrações que torna o ambiente propício para a depressão se reinstalar, confortavelmente.

Dali uns dias estava eu admirando as flores de novo e decidi tirar uma foto e compartilhar e tanta gente gostou! Ninguém nem imagina do acidente que havaim sofrido havia poucos dias... também porque não pararam para olhar de perto, viram apelas o conjunto. E porque elas não estão pensando nele até agora... rs

É... vou me esforçar para que o conjunto não revele o tamanho do meu desânimo, ainda que pareça impossível disfarça-lo. E tentarei relaxa, respirar, aceitar e ser como flor! :)



Ao ver a garoa caindo nas flores, as sensações que me vinham pareciam contraditórias, mas complementares:

"chove dentro de mim, cobre todo o jardim, flores e um bem-te-vi"
...
"onde há amor, há flor, e onde há flor, há alimento pra alma".

<3

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

ritmo suicída

esses dias quis me inspirar em um amigo que me alertou que tem um "ritmo suicída" - o assunto foi parar no psicólogo e foi muito importante, pois vivo querendo me impor um ritmo mais puxado.

no entanto, depois de provocada na análise, refleti que não, que deveria fazer o inverso e procurar garantir mais espaços/momentos de vida fora do trabalho.

só não imaginava que seria tão difícil - e não no sentido de poder sair, mas pelo transtorno interno que me causa de saber que não está tudo como eu gostaria porque decidi me priorizar uma vez na vida.

hoje ao chegar em casa esgotada, me perguntei o seguinte: que sentido faz manter um ritmo suicída, se aniquilar aos poucos e ainda por cima abrir mão do prazer de realizar o desejo de terminar com a própria vida - e toda a dor - de uma ve por todas!?

hoje esse desejo veio com uma força que há tempo não vinha, mas meu senso de responsabilidade sequer me permite tomar duas gotas de rivotril pra não correr o risco de perder a hora, quem dirá, neste momento, tomar uma atitude mais drástica e definitiva assim!

enfim, sei que pode parecer necessário retomar o antidepressivo, mas sinto que tenho que segurar esse maremoto dentro de mim, pois por mais difícil que seja, é preciso mexer pra poder mudar, apesar desse chacoalhar, tudo isso vai me conduzir e ajudar a crescer e transformar.

mas hoje chove lá fora e amanhã... minhas flores estarão lindas e já será um outro dia!
boa noite, dorme bem...


vencer a depressão

Esses tempos encontrei um amigo que ao ouvir meu relato das mil coisas que pretendia fazer em um final de semana, me perguntou quase que afirmando:

"Nossa, você venceu mesmo a depressão, né?"

Respirei fundo e não me atrevi a cantar vitória.

A questão é que a depressão se administra, controla, vigia. Ela me parece que sempre está ali, a espreita, se você vacilar, fraquejar, ela estará pronta pra se acomodar e te abraçar. Mas no lugar de aconchego, você sente frio.

E estava há tempos pretendendo retomar este blog, pensando que de alguma forma poderia ajudar aos outros escrevendo sobre ela, depois de "ter saído dela".

Mas a verdade é que hoje sinto frio, muito. E antes de querer ajudar aos outros, preciso aprender a me ajudar. E jargão ou não: ninguém pode me ajudar, a não ser eu mesma.

Logo, ao que tudo indica, nos veremos mais por aqui. E como gosto de escrever, apesar dessa dor inconveniente, também será um prazer. ;)