sexta-feira, 5 de julho de 2013

Transtornada

Há dois dias tive consulta com o psiquiatra. Mantivemos a dosagem e ele pediu que voltasse dentro de dois meses!! Fiquei feliz. Claro que não por não ter que vê-lo, se pudesse pagar, ia querer ir toda semana! Mas sim, pelo que representa: pela primeira vez em um ano e meio, podemos considerar que estou... "estável", digamos assim.

Orgulhosa, em certo sentido, de não ter desistido.

E de repente, eu me sentia encantada por todos os detalhes mágicos da vida, e por todas as pessoas incríveis que de alguma forma me acompanham. Senti até conforto e confiança!

Conversando com minha mãe, resolvi procurar algo e... quem procura acha, ainda que não exatamente o que se procura.

Encontrei um texto que me descrevia tão absurdamente bem! Não sabia o fazer com aquilo.

Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica)

Como se caracteriza?

Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal, intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho, achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa indecisa e cheia de dúvidas.

Aspectos essenciais
  • O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque muitas vezes o sujeito se detém nos detalhes enquanto atrasa o essencial.
  • Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado.
  • Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer.
  • Expressividade afetiva fria.
  • Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia).
  • Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade.
  • Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental)
  • Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo.
  • Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas sociais.
Achava graça de ter comentado coisas que só reforçavam a descrição (que foi escrita em 2008!), mesclada a certa vergonha, me perguntava se todas as pessoas tem algum transtorno, me perguntava se devia recusar ou aceitar... Recusar seria ridiculo, aceitar, seria reforçar. Aprender a "lidar com", seria o ideal, claro. Mas aprenderia? Não sou tão rigorosa e disciplinada assim!

Tudo bem. Tudo é superável.

Mas hoje... me superei no pior dos meus lados. Fui a pior das amigas. Fui fria como sei que não sou. Perguntei e não soube ouvir, atropelei quem está sempre pronto para me dar a mão. E o pior de tudo: não foi a primeira vez. Às vezes acho que deviam me manter isolada da sociedade. Quero que respeitem a minha dor, e não sei respeitar a dor do outro. Sentindo vergonha de mim, como poucas vezes na vida. Não sei o que fazer. Queria nunca mais machucar alguém. Como posso não ter aprendido isso ainda? Triste demais. Sem mais.

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