agradeço, sim sinhô
de me indicar, sinalizar
e vez ou outra empurrar
mesmo que seja pela dor
que eu sei que é só pavor
deu não enxergar
e de novo me desaprumar.
agradeço da medida na dor
que faz desanimar, mas não desabilitar
que faz temer, mas não se arrepender
que faz turvar, mas jamais cegar.
que faz um alvoroço silencioso
que faz parar a respiração
mas não o coração.
que me obriga a revirar, resguardar e recuperar
recuperar, renascer e reviver.
sempre mais, mesmo sem-querer.
sempre em frente, mesmo sem saber.
agradeço, sim sinhô
de não desistir
de me fazer entender
sem me fazer desistir.