domingo, 18 de agosto de 2013

e agora?

Por mais que me sinta protegida e apoiada (não sei exatamente por quem), por mais que o mundo diga "Vá"... às vezes tenho medo de estar sendo cabeça dura, tenho receio de que o que em um momento me parece absolutamente viável, seja só mais uma ilusão. E se eu optar por um caminho que não existe? Quanto de fé será preciso para andar sem cair?

Tenho convicção de que o que quero não é muito, mas de tanto as pessoas dizerem que é, a suspeita de que pode ser delírio meu vem me assombrar: e se os outros estiverem certos?

Resisto a qualquer caminho que não seja o que quero, deixo a porta aberta, caso tenha que correr, mas, não quero entrar sem antes bater na que quero abrir. A falta de apoio físico, material, neste mundo, e com as coisas mais simples, destrói minha autoconfiança. Queria poder pagar para não depender da boa vontade alheia. Mas no momento não posso e... não sei o que fazer.

Não sei explicar por que é tão difícil pedir um favor, mas às vezes é - e muito!

E passo da felicidade e confiança plenas à mais pura tristeza, em meia dúzia de momentos...
o coração aperta, aperta, aperta.. mas passará.

***

"daqui desse momento, do meu olhar pra fora, o mundo é só miragem
quem vai virar o jogo, e transformar a perda, em nossa recompensa?

às vezes é um instante, a tarde faz silêncio, o vento sopra a meu favor

me traz o seu sossego, acalma minha pressa...

a lógica do vento, o caos do pensamento, a paz na solidão
a órbita do tempo, a pausa do retrato, a voz da intuição

o salto do desejo, o agora e o infinito"

domingo, 11 de agosto de 2013

Trégua a léguas - ou batalha astral final

Não queria sair de casa (meu campo extendido), mas fui, há algumas léguas, compartilhar com quem sempre posso contar.

Esqueci de levar minhas "pílulas mágicas", não dormi e meu estômago permaneceu, a maior parte do tempo, péssimo. Mas tirando esses detalhes, foi bom estar com a família, que sinto que me escolheu, mesmo com eu sendo como sou - um pouco diferente talvez.

Estive bem, mas há quantas léguas da minha "região livre"? Não sei.

Não sei se é paranóia, macumba ou só o fato de ter passado mais de 48horas sem a substância que me dá forças para encontrar ânimo para esta vida - ou que me dá ânimo para juntar as forças espalhadas ou perdidas pelos cantos. Mas sei que me senti em um campo de batalha.

Sentia que não resistiria, sentia que não aguentaria, que me esvainecia e me largaria. Busquei força por todos os lados, fiquei por um fio, quase que pó. Ainda não sei bem como resisti. Cheguei tão cansada. Esgotada.

Sinto falta do meu psicólogo que não vejo há mais de um mês, senti tanta falta do meu psiquiátra, que idem. Queria ter eles mais perto, assim como a calma e segurança que me passam. Quis estar com minha sobrinha, minha cunhada, meu irmão, meu ex-chefe, minha mãe, meus professores de dança... mentalizei a energia tão boa de todos eles e consegui recuperar o fôlego.

Cheguei em casa e meu gato estava desesperado por mim - como talvez eu estivesse pela casa, pelo meu canto, mesmo sem saber ou entender. Tirei a camisa branca que ganhei e usava pra poder dar colo ao meu preto, mas antes precisei me abrigar e tomar o remédio.

Dei carinho e ele acalmou. Fiquei na frente do computador uns minutos e senti que ele havia se aconchegado no sofá. Não precisava olhar para saber, tinha certeza que estava deitado em cima da camisa branca que ainda tinha minha energia, onde claro, segue dormindo aninhado.

Será que também acalmo? Acho que sim... Vou tentar domir, que se a dor não passa, ao menos não fica de pirraça. Quem sabe até se esquece, entretem... ou se perde dentre as outras perdas?

Que os meus amigos-anjos nesta terra estejam bem e recebam todas as retribuições que os demais possam lhes fazer chegar. Gratidão. Vou me recuperar e retomar a vida logo para assim poder estar mais com eles, e com todas as pessoas que me fazem esse bem inexplicável e indispensável.

É isso. Estou e vou.